Chegamos às 40 semanas!!! E agora?! Isabela não estava com muita pressa de chegar. Cheios de ansiedade, partíamos pra mais uma noite de espera. Mas às 3h da manhã do dia que seguia, os primeiros sinais de que ela queria chegar, apareceram. Contrações desritmadas, mas que iam ficando cada vez mais intensas e já era impossível voltar a dormir. Aguentei sozinha o quanto pude! Até que os gemidos acordaram meu marido, que daí então também não dormiu mais! Abri o aplicativo de contrações no celular e fui marcando. Por volta das 5h da manhã elas foram ficando mais próximas, de 7 em 7min, de 5 em 5min, de 4 em 4min… E aí chamei Dr. Thiago no whatsapp e avisei que o bicho tava começando a pegar! Ele prontamente responde: Ótimo! Me avisa! Então fomos nos organizando e preparando tudo pra seguir pro hospital em breve, já que as contrações prosseguiam e morávamos distante do hospital.

Chegamos lá por volta das 11h, preciso dizer que até ali entre uma contração e outra, eu era uma mulher completamente normal! kkkkkk. Durante as ‘benditas’ eu só queria abaixar a cabeça, fechar os olhos e esperar a dor passar.

Alguns minutos depois da nossa chegada, Dr. Thiago chega e seguimos para um toque (o primeiro de toda a gestação). Durante o toque, a bolsa estourou. Água pra todo lado, minha pernas tremiam involuntariamente de pura ansiedade/medo/susto… socorro!!! Ele olha pra mim e pergunta: – com quanto de dilatação você acha que está? Eu prontamente respondo: – só não me diga que é 1cm, por favor! Ele sorri e diz: – Quase 8cm! Nossa, que alegria eu senti ali! Todos pensamos: tá quase lá!!!

Entramos pro quarto. Eu queria muito parir ali! Não queria ir para bloco cirúrgico, queria todo mundo perto de mim. Então seguimos com o plano. Estavam comigo meu marido Rodrigo, minha irmã Fernanda, que é enfermeira obstetra e me acompanhou em todo processo da gravidez, minha mãe Mônica e uma amiga, também enfermeira obstetra, Thaynara. Logo mais quem também chega pra tornar meu parto ainda mais acolhedor, é a Dra. Viviane.

Enchemos a piscina e lá foi meu maior alento durante a maior parte do tempo. Faltavam apenas 2cm para uma dilatação total, mas eles custaram muito a chegar. As horas foram passando e em meio a elas, muitas dores, muitas emoções. As músicas que escolhemos tocando ao fundo, luz baixa, lágrimas de gratidão a Deus por cada momento ali vivido, por sentir que nosso raio de sol tava cada vez mais perto de chegar! Rodrigo se emocionava, eu também, muitas vezes. Mais dores, piscina, banho morno no chuveiro sentada na bola, massagem nos quadris, rebola, agacha, dança pendurada no pescoço do marido, pausa pra retocar o rímel entre uma contração e outra kkkkkk. Eu realmente me sentia bem entre as contrações até ali, mesmo com quase 9cm dilatados. Aí volto pra piscina e aquela vontade tão instintiva e incontrolável de fazer força, muitas, muitas vezes apareceu e ainda por horas foi assim. Isabela era monitorada a todo momento.

Então fomos dessa forma até umas 19h, quando eu já estava muito, muito cansada e Dr. Thiago chega junto e me pergunta se eu não gostaria de uma analgesia pra respirar e continuar tentando. Eu neguei. Algumas vezes. Lembro de ele dizer que eu precisava lembrar que parto humanizado não significava ser ausente de analgesia, que devíamos lançar mão do que fosse mais adequado mediante as necessidades, e ele estava certo! Mas eu ainda queria continuar tentando ali, no quarto, um parto natural. Então ele me propôs sair da piscina e tentar outras posições porque ali já não estava mais sendo ajuda, estava atrapalhando o avanço do trabalho de parto. Eu relaxava tanto, mas tanto naquela piscina, que dormia entre as contrações, tamanho cansaço e despertava fazendo força de novo na contração que seguia. Levantei e a dor que senti ali parecia que ia me partir ao meio, mas respirei fundo e em meio a famosa hora da covardia em que eu pensava (mas não dizia!) que não ia aguentar, que não ia conseguir fazer aquilo acontecer, que continuei a rebolar, agachar, dançar e só Deus sabe como. Pura natureza, pura perfeição de um corpo que sabe o seu limite, te leva até ele e te ajuda a chegar lá. Depois de mais um tempo Dra. Vivi vem fazer mais um toque e vimos avanços! Tava bem perto! Dr. Thiago sugere ir pra banqueta e fui. Pede que Rodrigo se posicione pra receber o bebê e ele senta à minha frente, com as mãos espalmadas. Ali passamos ainda pelo ou menos mais uns 40min. Minha mãe sentou-se atrás de mim e eu a abraçava pelo pescoço enquanto fazia toda força que podia em cada contração. A cabecinha de Isabela começava a apontar e recuar. Até que às 21:45h, do dia 07/04/2016, ao som dessa canção que diz “Bem vindo meu novo ser, cercado de proteção, de tanto amor, tanta paz, dentro do meu coração..” ela chegou pra nós! Fisicamente um misto de uma dor imensa e queimor seguido de um alívio imediato e inexplicável. Em emoção, era pura explosão de alegria por ter conseguido, de amor por aquele momento, de gratidão! A senti em meu peito e ali começava a construção desse laço, desse amor sem tamanho.

Termino esse relato dizendo que o parto é sim um momento para o qual é preciso se preparar. Preparamos o quarto, lembrancinhas, festa de 1 ano antecipadamente, então não podemos esquecer de preparar um momento tão importante quanto a chegada! A forma como um bebê é recebido tem a ver sim com a forma com a qual ele vai encarar o mundo. Isabela chegou ao mundo recebendo a mensagem que gostaríamos que ela recebesse. De que nascer é bom, de que ela é muito amada. Aproveito ainda pra agradecer mais uma vez a Dr. Thiago e Dra. Viviane que nos ajudaram a viver esse momento do modo mais humano que podíamos desejar. Que a gente ainda se encontre nos partos que essa vida me permitir! ❤️