Após 1 ano de uma maternidade intensa e cheia de descobertas, Maria Beatriz foi a responsável por me tornar a mãe que hoje sou, desconfiei de algo e decidi fazer um beta… Positivo! Nossa… Que sensação diferente da primeira vez quando tudo havia sido planejado em cada detalhe por nós. Mas dessa vez apenas Ele preparou tudo e disse: “vocês serão pais outra vez!” Medo, angústia, ansiedade foram os primeiros sentimentos (não posso mentir…). Ainda com o resultado em minhas mãos trêmulas liguei para Samantha e marquei a primeira consulta do pré-natal. Eu não estava tomando ácido fólico, não havia feito exames recentes… Realmente eu não estava preparada para aquela descoberta. Continuei trabalhando normalmente sem dizer nada a ninguém, mas acredito que meus olhos deixaram escapar que algo diferente estava acontecendo. Decidi então ir até o Santa Joana contar a notícia a Manu! Contei na lata: “Manu, tô grávida!”. E ela sem acreditar: “Como assim? De novo? Já?”. Depois do “susto” e choro nos abraçamos e tive a certeza de que estaríamos juntas mais uma vez nessa jornada. Aí ela disse: “Então vamos logo contar ao seu obstetra!”. Dr Thiago estava lá partejando e o contamos a notícia. Com o bom humor e positivismo de sempre ele me deu aquele abraço e palavras de incentivo a uma recém grávida medrosa: “Filho é benção! Quantas pessoas gostariam de engravidar e não conseguem? Parabéns! Vai dar tudo certo!”. Logo depois apareceu Dr Reginaldo que também ficou sabendo da novidade. Pronto: já estava ali a equipe completa do meu próximo parto (risos!). Respirei fundo e voltei pra casa. Fiz tantas surpresas para anunciar a gravidez de Bia ao papai, mas dessa vez fui super prática! Enquanto estava no quarto e ele na sala, peguei uma foto da nossa filha e mandei pelo whatsapp para ele com a mensagem clássica: “Papai, fui promovida a irmã mais velha!”. Ele deu um salto quando leu e disse: “Oi?! Como assim? Não entendi!”. Pedi para ele ler de novo e disse que era exatamente aquilo: outro(a) filho(a) estava a caminho. Depois de respirar fundo ele disse: “Estamos juntos. Vai dar tudo certo!”. Passados alguns dias comecei a agradecer a Deus pela dádiva de ser mãe outra vez e o pedi muita saúde para este bebê. O resto daríamos conta. Impossível não fazer comparações entre os dois momentos. Então nesse relato vamos ver muitos “foi assim e agora é assado”! Dessa vez vivi uma gravidez ainda mais tranquila que a primeira, sem muitas dúvidas (afinal muitas coisas ainda estavam bem recentes em minha memória). Na primeira gestação eu falava o tempo inteiro com a barriga e não podia ver nada de bebê que queria comprar. Dessa vez Maria Beatriz tomava muito meu tempo, além do trabalho e outros afazeres e, meio que sem perceber, essa gravidez passou na velocidade da luz! Retomei o pilates que foi fundamental para me trazer bem estar e fazer com quê naquela 1h eu pudesse me conectar com aquele serzinho em formação. Além disso, era muito agradável voltar a conversar sobre esse universo fantástico dos bebês, gravidez, parto (agora eu tinha história e experiência para compartilhar com as minhas colegas, muitas mães de primeira viagem). Dani com sua paciência, amor e dedicação sempre me orientando e ensinando tudo que eu poderia fazer para uma gestação e parto tranquilos. Procurei então curtir mais a gravidez, pois, provavelmente essa seria minha última experiência grávida! Comecei a reclamar menos dos desconfortos e sempre agradecer pela dádiva de carregar um filho em meu ventre. Eu amo estar grávida! Aproveitei todas as mexidas, sempre mostrei a Bia sua irmãzinha e desde aquele momento elas iniciaram uma relação de amizade que espero ser por toda vida. Não tenho dúvidas que este foi o maior e melhor presente que Deus me permitiu dar a elas. Todos que convivem conosco sabem o quanto sou apaixonada pela minha irmã e nunca desejei ser mãe de filho único. Que maravilha saber que elas poderão contar uma com a outra para sempre e sentir esse amor tão intenso. Em relação às ultrassonografias dessa vez eu fazia realmente as que Thiago orientava (antes eu dava um jeito de fazer mais algumas para matar as saudades rsrs). No meio do caminho fiz uma ultra e lá estava minha bebê sentada. Pensei: “de novo não!!!”. Tentei relaxar, pois, ainda tinha muito tempo pela frente. Mas claro que um parto pélvico (e toda tensão que envolveu o final da gravidez!) a pessoa não esquece tão rápido! Perguntei logo ao médico: “tem uma cadeira aí no meu útero? Só pode! Essas meninas adoram ficar sentadas!”. Calma Marcela… Era só questão de tempo. Cada gravidez é única e eu não teria a mesma “sorte” de antes. Nas próximas ultras (ufa!) minha filha já estava cefálica e assim ficou até seu nascimento. Descobrimos que era uma menina desde o palpite na TN (mais a minha intuição), mas decidir o nome foi uma tarefa bem difícil dessa vez. Não chegávamos a um consenso, até que às 33 semanas, finalmente, batemos o martelo. Os meses passaram voando, a barriga logo apareceu (e agora bem maior!) e, quando me dei conta, começaram a aparecer os primeiros sinais de que Maria Elisa estava perto de chegar… Domingo, dia 12.03, apareceu o primeiro rastro de sangue no meu tampão (este já estava saindo há algum tempo). Quando isso aconteceu na gravidez de Bia fiquei super tensa e fui ao encontro de Thiago para ele me examinar. Dessa vez fiquei tranquila e apenas o comuniquei. Mas eu estava bem lembrada que depois de 3 dias que isso aconteceu, Bia chegou (então era provável que mais um primeiro encontro estivesse próximo). Na terça Thiago me deu um atestado, pois, era melhor dar uma desacelerada e resolver o que faltava para a chegada da princesa. Saiu mais tampão mucoso com sangue na segunda, na terça, na madrugada da quarta… A propósito, a noite da quarta foi excelente. Estava ainda com 36 semanas e 3 dias mas Maria Elisa mostrou que estava querendo chegar (sua irmã nasceu às 37 semanas e ela quis ser ainda mais apressadinha rsrs). Acordei as 6h30 e iniciei o ritual normal de dar o café da manhã a Bia e organizar tudo para que ela fosse à escola. Às 7h senti as primeiras cólicas. Opa… Decidi mandar uma mensagem para saber por onde Thiago estaria naquela manhã. Falei para Cacá que era melhor ele não ir trabalhar, pois, aquelas cólicas poderiam aumentar. Tomei banho com Bia e as cólicas já estavam tendo certa regularidade e intensidade. Por sorte, minha mãe havia dormido esta noite em nossa casa e levou Bia para escola (ah, como ela é fundamental e me ajuda em tudo…). Decidimos que seria melhor encontrarmos com Thiago no Santa Joana, pois, era dia de semana e o trânsito poderia não ajudar. Ele disse que rapidamente chegaria ao hospital e que eu não me preocupasse que Reginaldo já estava lá. Perguntou sobre a duração das contrações e eu disse: “eu ainda não aprendi a contar as contrações, acho que são rápidas”. Nessa hora, já dentro do carro, pedi a Cacá para cronometrar e elas duravam praticamente 1 minuto e até chegar ao Santa Joana tive umas 4-5 contrações em 10 minutos. Quando entramos na Av. Agamenon Cacá ligou o alerta e foi super rápido. Eu nem percebi mas acho que ele já estava nervoso rsrs Realmente as contrações estavam bem dolorosas, mas eu era feliz entre elas e até consegui colocar uma maquiagem leve. Liguei para Camila e falei que estava indo ao hospital, mas ainda não sabia se era a “hora”. Ela disse que estava indo ao nosso encontro. Saímos de casa umas 8h e o trajeto durou uns 20 minutos. Ao chegarmos lá Manu chegou no mesmo instante (liguei para ela enquanto ainda estávamos em casa) e fomos à urgência. Tranquilidade ao ver Thiago. Como ele tem esse poder… Basta aparecer que a pessoa já se sente em paz! Perguntei: “será que é hoje?”. Ele sorrindo disse: “vamos ver!”. Entrei no consultório e Regi estava lá. Que alegria ver as pessoas que eu mais confiava naquele momento perto de mim. Thiago viu minha pressão e depois fez um toque (o primeiro em toda gestação) e ali contestou: entre 4-5 cm e colo bem fino. Manu foi agilizar o meu internamento, enquanto fiquei com Cacá curtindo as contrações. Nossa… rapidamente elas tomaram uma proporção de dor bastante intensa. Quando elas chegavam eu pedia a Cacá para pressionar com força minha pelve. Ah que alívio! Às vezes ele não apertava com a força necessária ou parava de pressionar antes da contração terminar, e então ouvia muitas reclamações minhas. Depois de umas 50 contrações (segundo relato dele kkk) Cacá disse: “vou ligar para Manu. Eles precisam voltar. Estou precisando de apoio!”. Eu acho que até ri quando ouvi isso e soltei: “Apoio? Quem precisa de apoio sou eu! Tá doendo em mim! Quem tá parindo sou eu! Veeeemmmm (outra contração…)”. Cacá disse que quase quebrou os punhos de tanta força que colocava (exagero né?! Kkk). Quando Thiago voltou eles ficavam se revezando nessas compressões. Camila chegou e de maneira muito discreta começou a registrar aqueles instantes. Estava com fome, pois, ao sair de casa só havia comido uma banana. Santo Thiago mais uma vez para me salvar com algumas castanhas e um copo de água! Recuperei parte das energias para retomar o TP. Depois de uma suuuuuper contração, muita dor, Thiago pediu para que eu o avisasse quando ela terminasse que ele me examinaria novamente. Ao me dar o toque, perguntou: “E aí, acha que tá quanto?”. E eu: “e eu sei Thiago rsrs”. Ele disse: “tá completa! Vamos ao bloco! Consegue sentar na cadeira?”. Eu: “De jeito nenhum! Tá doendo demais!”. O maqueiro apareceu e me levou praticamente surfando na maca. Eu não tinha mais qualquer posição confortável. Estava doendo muito. Mesmo fazendo as respirações como aprendi no pilates, elas não eram suficientes para amenizar as dores. E eu falava/ gritava: “Thiago tá muito diferente de Bia. Tá doendo demais! Me ajudaaa!”. E ele na paz: “Tá tudo bem. Tá perto! Respira. Vocaliza.”. E eu: “Não sei respirar! Não sei vocalizar! Que doooorrr!”. Ao chegarmos ao bloco todos simplesmente sumiram, foram trocar de roupa mas eu não fazia ideia de onde eles estavam. Fiquei na maca perguntando: “Cadê Thiago? Cadê Manu? Cadê Cacá? Cadê Regi????”. E uma enfermeira disse: “eles estão voltando, calma”. Aí eu disse: “Aperta aqui por favor. Tá doendo!!!”. De repente todos reaparecem, bem no intervalo de uma contração e acho que abri um sorriso largo. Ufa, eu não estava mais sozinha. Thiago me apresentou à banqueta e disse que eu ficasse a vontade para sentar nela ou escolher a posição mais confortável. Eu não estava mais nem raciocinando direito. Fui direto para a banqueta. Manu ficou atrás de mim e continuou fazendo as compressões para me aliviar (ela foi a melhor de todas!), Thiago ficou do meu lado segurando minha mão e falando algumas coisas que confesso não me lembrar (algo sobre as dores que eu ainda sentiria). Disse a Cacá para ficar na minha frente para receber sua filha. Até que ele tentou, mas a insegurança falou mais alto e ele preferiu ficar do meu outro lado. Depois de mais algumas contrações ali no bloco a bolsa rompeu. E logo em seguida senti uma pressão muito forte e disse: “lacerou com certezaaa Thiago! Aaaaiiii!!!” (foi só mesmo a sensação, dessa vez, períneo íntegro!). Fiz força, apenas os puxos não foram suficientes, eu tive que ajudar, e, numa única contração, ela chegou! Eram 9h52 (com Bia fizemos uma média porque na hora ninguém nem lembrou de olhar o relógio) do dia 15.03 (ambas escolheram a data 15 e uma quarta-feira, Bia de madrugada e Isa pela manhã). E a dor foi embora! Ela veio direto aos meus braços. Que emoção indescritível! Estava tão quentinha. Chorou rapidamente. Coloquei-a próximo ao meu rosto para sentir seu cheiro. Falei que a amávamos muito e, como se estivesse entendendo tudo, ela foi se acalmando. Fez xixi em meu colo. E, depois de algum tempo nos conhecendo, Regi sugeriu que eu a colocasse no peito. Em seus primeiros minutos de vida ela mamou enquanto ainda estávamos conectadas ao cordão. Cacá ainda meio tenso perguntou várias vezes: “não é melhor entregá-la a Reginaldo?”. E eu: “quer agora Regi?”. E ele na tranquilidade: “Não. Pode curtir. Esse momento é de vocês.” Aproveitei mesmo. Era a minha primeira vez, pois, com Bia foi um pouco (muito!) diferente. Não fiz plano de parto, mas tudo que estava em meus planos essa equipe maravilhosa (na verdade em meu vocabulário faltam adjetivos para eles!) realizou. Desde as primeiras contrações Thiago colocou sua playlist para tocar, respeitou minhas dores e ajudou a aliviá-las de maneira não farmacológica, ao chegarmos ao bloco as luzes estavam baixas, o ar condicionado desligado, durante todo expulsivo ele segurou minha mão e aguentou firme todos os apertos que eu dava, Regi respeitou nossos primeiros momentos com calma, deu a vitamina K quando Maria Elisa estava tranquila em meus braços, convidou Cacá para cortar o cordão umbilical, não fez intervenções desnecessárias na pequena, Manu (aaaahhhh meu amor!) esteve mais uma vez ao meu lado neste momento tão importante e inesquecível… Pedi a Thiago para ver a minha árvore da vida, que linda! Eu acho que por alguns instantes aquele lugar era o céu! Ao menos essa era a sensação devido tamanha paz! Ah, e por falar em céu, mesmo em meio a tantas dores durante as contrações, consegui convocar todos os santos para aquele momento kkkk “Meu Deus, minha Nossa Senhora, Jesus amado me ajudem!!! Tragam logo minha filha! Façam valer essa fama de que vou parir rápido! Não sei por quanto tempo vou aguentar essa dor!” Se esses apelos foram vocalizados ou apenas ficaram em meus pensamentos, não sei! Só sei que fui prontamente atendida, pois, eles vieram “voando” (risos!). Depois fui ao quarto e as primeiras visitas começaram a chegar. De repente a mais importante de todas chegou! Minha Maria Beatriz, minha pipoquinha agora filha mais velha! Não me contive e a coloquei em meus braços, dei muitos beijos e apresentei sua irmãzinha. Foi tão lindo! Ela falava: “neném, neném” e alisava com carinho a pequena. Meu Deus achei que meu coração não fosse aguentar tamanha emoção. Ter um filho é bom, mas viver essa alegria com o segundo é fantástico!
Ao fim deste relato meu coração é só gratidão! Em primeiro lugar agradeço a Deus por ter planos maiores que os nossos e por nos enviar mais um anjo tão especial para completar a nossa família com muito amor. A Cacá pela parceria e cumplicidade em compartilhar mais essa aventura comigo. Por superar seus medos e vivenciar mais um parto normal ao meu lado. A Manu que, mesmo sempre ocupada, nunca me deixou na mão quando eu precisei da sua presença. A Thiago que me acompanhou durante toda a gestação e parto com seus cuidados e atenção inigualáveis, que foi doulo, DJ, fotógrafo (nem havia percebido, mas ele fez lindos registros e depois me mandou) e amigo, tudo ao mesmo momento. A Regi pelos primeiros cuidados e todo carinho com a recém chegada e pelo presente super especial que nos deu. Além da visita tão cedo, mesmo no dia do seu aniversário, para ver como estava Maria Elisa, que teve icterícia e, por isso, ficamos mais uns dias no hospital. A minha mãe que ficou o tempo todo em oração para que tudo desse certo e ainda cuidando de Maria Beatriz. A Dani pelas orientações e cuidados conosco. A Camila por registrar e eternizar esses momentos. Aos amigos e familiares que demonstraram empatia e carinho por nós durante toda a espera e após sua chegada. Muito obrigada!